Presidente do Consed esclarece principais pontos do novo ensino médio
Em cerimônia realizada no Palácio do Planalto, durante o lançamento do novo modelo do ensino médio, o presidente do Conselho Nacional de Secretários de Educação (Consed), Eduardo Deschamps, destacou alguns dos principais pontos desse processo de reforma desta etapa escolar. Ele afirma que o modelo proposto já foi alvo de vários estudos com resultados positivos, beneficiando estudantes de todo o mundo.
“Com a nova legislação, o Brasil moderniza o ensino médio, permitindo implementar as melhores soluções, que têm dado certo em todo mundo na educação de jovens dos 15 aos 17. Ao flexibilizar o ensino médio e permitir trilhas diferenciadas ao aluno, o Brasil coloca o estudante e seu projeto de vida como centro da educação desta etapa de ensino.”
A formação técnica e profissional dentro da carga horária do ensino regular também ganha força com a nova proposta, conforme menciona o presidente do Consed.
“Ao permitir que a educação profissional seja uma dessas trilhas, o Brasil cria um forte incentivo aos mais de 80% dos jovens brasileiros que não seguem o seu caminho do final do ensino médio, diretamente à universidade. Eles, agora, vão ter um incentivo adicional para permanecerem estudando nessa etapa de ensino, com a perspectiva de construir uma carreira profissional, a encontrar efetivamente um sentido para o ensino médio em sua vida.”
O novo modelo, mais flexível, valoriza a aprendizagem e permite que o processo seja adequado à realidade de cada aluno.
“O mais importante é que a nova legislação não impõe um único modelo para o ensino médio, como o Brasil historicamente vem conduzindo. Ela permite inovar, criar diferentes formas de oferta, sempre sintonizadas, mais uma vez, com as aspirações dos estudantes e sintonizadas com cada realidade regional do país.”
Eduardo Deschamps fala ainda sobre os desafios e do esforço conjunto que será necessário para que o novo ensino médio seja colocado em prática de maneira gradual.
“Aí residem os grandes desafios daqui para a frente: Ministério da Educação, Consed, Conselho Nacional de Educação, Conselhos estaduais de educação, [todos] terão a partir de agora que detalhar os novos modelos que essa nova legislação irá permitir para o ensino médio. A oferta das ênfases, como realizar articulação com educação profissional e tecnológica; como realizar a mobilidade entre as escolas e sistemas por parte do aluno - uma vez que não vamos mais ter o ensino médio único -; como realizar a formação dos professores para esse novo ensino médio que vai se apresentar, como viabilizar a ampliação da oferta de tempo integral, integrada com a proposta que aparece na meta 5 do Plano Nacional de Educação; e como, principalmente, implementar os novos currículos baseados em competências.
A Base Nacional Comum Curricular também é um dos eixos da reformulação do novo ensino médio.
“A importância da Base Nacional Comum Curricular, que vai estabelecer o que é essencial e obrigatório que todos os alunos do Brasil aprendam ou desenvolvam em sua trajetória escolar, também é ponto fundamental para essa reformulação do ensino médio. Mas, principalmente, como nós podemos dar voz aos estudantes para que a nova legislação possa desenvolver todo o seu potencial de protagonismo.”
O presidente do Consed esclarece que o diálogo é essencial, entre todos da rede. Assim como a participação da sociedade para que o país avance nesta nova etapa.
“O Consed já tem realizado negociações com o MEC para que nós possamos realizar a partir de novembro e, se puder antes, uma série de seminários que possam envolver jovens para que, a partir de suas expectativas, possamos desenhar orientações para as secretarias de educação e para a reorganização da oferta de seus cursos. Ao mesmo tempo, também realizaremos seminários nos moldes como realizamos agora da Base Nacional Comum Curricular, com professores e gestores pra que eles, em conjunto com gestores do governo federal e dos governos estaduais, possam realizar também a devida orientação para a implementação de uma legislação, que agora está totalmente flexibilizada.”
Eduardo Deschamps finaliza alertando para a necessidade da reforma do ensino médio, agradecendo o apoio do governo que agora dá condições para que a mudança seja feita dentro dos prazos necessários.
“Não temos, não temos mais como adiar a reforma do ensino médio. É urgente, é prioritária. Porque quem sofre com a demora em implantar essa reforma são milhares de jovens brasileiros que não encontram, no ensino médio hoje, sentido. Mas não apenas os jovens. A sociedade brasileira também sofre. Pois o Brasil precisa, em todas as áreas, incluindo sua área social, de cérebros, de inteligências sintonizadas com o século XXI e, quiçá, com séculos vindouros.”